já leram.


Uma Árvore Proibida


Oras, que tipo de pessoa vai comprar árvores de natal na véspera de natal? Eu digo uma coisa, pessoas querendo pechinchar e esquecidos. Bom... E pessoas pobres, esperançosas por um bom preço que desse pra fazer a alegria de suas crianças.
É bom, pro vendedor, que essas pessoas se juntem num mesmo momento e comecem a dar lances pela melhor árvore. E, naquele dia, ele dera uma sorte do caramba porque três figuras, uma pechinchadora e dois esquecidos, se juntaram ao mesmo tempo em torno da última árvore da temporada.
A mulher, rapidamente, abriu a bolsa e pegou o talão de cheques. Ela tinha os cabelos escondidos em uma toca vermelha que vinha às orelhas e as mãos se embolaram com a caneta por estarem escondidas em grossas luvas.
- Eu dou trezentas libras na árvore – Disse, assinando o cheque.
O rapaz pareceu se desesperar e tirou do bolso todas as notas que tinha. Contou-as rapidamente, antes de gritar em triunfo:
- Dou trezentas e vinte libras nela! – Cantou, alegremente.
Muito contente por ter triunfado, vendo a mulher riscar o cheque com raiva e começar um novo, ele começou a levantar a árvore pra coloca-la no carro e leva-la pra qualquer lugar.
- Dou quatrocentas e cinqüenta libras – Disse o terceiro homem.
O vendedor deu um pulo.
- VENDIDA! – Gritou.
Os outros dois se encararam boquiabertos, vendo o vendedor carregar a última árvore e amarra-la no carro do homem. A mulher saiu atrás do vendedor, que agora acenava alegremente para o carro que partia.
- Você tem que ter alguma outra coisa! – Ela quase gritou.
O vendedor olhou pra ela de cima a baixo e arrumou o próprio gorro na cabeça.
- Eu bem que gostaria – Ele disse, lhe piscando o olho pra ela. A mulher quase vomitou. – Afinal, a senhorita e o senhor me renderiam mais dinheiro...
A mulher bufou e olhou em volta. Apontou pro machado encostado em um canto do local onde ele estava vendendo as árvores.
- Dou dez libras pelo machado. – Disse.
- Te vendo – O vendedor caminhou até o machado e deu-o a ela, aceitando as dez libras. – Mas é proibido cortar qualquer árvore sem autorização... Eu corto essas porque eu as planto no meu quintal.
A mulher deu de ombros, caminhando até seu carro sem falar nada. Jogou o machado no banco do carona e quando se virou pra dar a volta no carro, deu de cara com o ‘concorrente’ que também ficara sem árvore.
- Ahn, você quer ajuda? – Ele perguntou, meio sem graça.
- Por quê? – Ela perguntou, estressada e alterada – Acha que eu não sou capaz de cortar uma árvore sozinha?
O homem franziu as sobrancelhas, chocado.
- Não quis dizer isso – Ele murmurou – Só estou perguntando se você quer ajuda... Porque eu também preciso de uma árvore, quero dizer.
Ela olhou o cara de baixo acima, mas irritada do jeito que estava, só conseguiu dizer:
- Faça o que você quiser.
E deu a volta no carro, subindo no motorista da picape. Emburrada, dirigiu até o parque mais próximo, vendo que o carro do cara a seguia.
Mais emburrada ainda, desceu no parque com o machado e atacou a primeira árvore que viu.
- Ai – Ela reclamou, sacudindo a mão. O machado caiu na neve acumulada no chão e ela pegou um pouco da neve e colocou no pulso, que estava doendo pelo esforço.
Ela viu uma mão pegar o machado ao lado dela e encarou o homem.
- Você está bem? – Ele perguntou. Ela concordou com a cabeça – Okay, deixe que eu faço isso.
Com cinco machadadas, a árvore já estava cortada pela metade.
- Hm... – A garota estalou os lábios – Você é forte.
Ele riu, investindo outra vez contra a árvore.
- Obrigado. – Agradeceu – Acho melhor você se afastar.
Ela concordou e deu alguns passos pra trás, ainda segurando o pulso. Sentou-se em uma pedra no parque quase vazio e colocou mais neve no pulso - já quase não sentia a dor – E pôs a encarar o homem cortando a árvore. Ele era bonito, por que estivera sendo tão grossa com ele? Ah, sim, ela precisava de uma árvore e ele quase a roubara dela. Mas agora ele estava cortando uma...
- HEY, VOCÊ AÍ – Alguém gritou.
A garota olhou pra trás e viu que um guarda corria na direção dela e se encolheu. Mas ele passou direto e foi atacar o homem da árvore – e só agora ela reparara que não sabia o nome dele.
- Essa árvore é protegida. – O guarda disse, colocando algemas no cara. A garota arregalou os olhos e ele a encarou assustada. Um carro de polícia estacionou ao lado dos deles e colocaram o garoto lá dentro.
- Hey – Ela chamou – Vão levá-lo para onde? – perguntou.
O guarda olhou-a de cima a baixo. O rapaz fazia cara de cão abandonado e olhava hora para a mulher e hora para a árvore meio-cortada.
- Hm, pra delegacia que tem logo ali, gostosa – Ele apontou pra uma pequena delegacia ao fim do parque, atravessando a rua.
Ela fez careta por ter sido chamada de gostosa por um policial feio e careca.
- Hey, olha o respeito com ela! – O homem gritou, mesmo com as mãos algemadas nas costas.
- Você desrespeitou a árvore e quer que eu respeite a sua mulher? Cala a boca, otário – O guarda deu um tapa na cabeça dele e o jogou dentro do carro. O homem reclamou com um ‘ai’ – Nos vemos mais tarde, gostosa?
- Arg – Ela resmungou, virando as costas pra ele.
Ela só ficou assim até ouvir o carro partir. Então ela seguiu o caminho até a delegacia a pé mesmo, carregando a bolsa consigo, imaginando o quanto ela não iria perder de dinheiro pagando a fiança do cara que ela nem sabia o nome.
Entrou na pequena delegacia, correndo direto pra mesa do delegado.
- Quanto é a fiança? – Resolveu ser direta pra evitar gracinhas.
O delegado, o feio e careca da cantada, abriu um sorriso de dentes tortos que deu vontade de vomitar.
- Uma noite comigo, gatinha, e tudo se resolve. – Ele disse, piscando pra garota.
Ela sorriu falsamente.
- Pago cem pratas – Disse.
- Duzentas – O delegado pediu.
- Trezentas e eu levo a árvore.
O delegado fez cara pensativa – e ele não era lá muito bom nisso – e concordou.
- Feito – E se levantou com as chaves na mão. Ela entregou o dinheiro, tirado da bolsa, a ele e puxou as chaves de sua mão, batendo os pés até a cela.
- Olá – Ela sorriu pro rapaz, testando as chaves na fechadura.
- Obrigado – Ele disse quando ela finalmente acertou. – A propósito, me chamo .
Ela sorriu docemente, deslizando a porta da cela – que rangeu alto.
- Sou .
Ele pegou na mão dela e a levou aos lábios, beijando-a. Ela corou, olhando pro lado.
- E então? – Ele perguntou, tentando quebrar o clima esquisito – Como vamos fazer pra arrumar uma árvore?
- Eu subornei o guarda – sorriu pra ele – Com trezentas libras, eu te soltei e consegui a árvore.
fez careta pro delegado que estava olhando pra e colocou a mão distraidamente nas costas dela, como se estivesse só a guiando de volta para o parque.
- Uma só árvore? – Ele perguntou, quando atravessaram a rua e já estavam caminhando na trilha do parque.
- Ops.
Com a ‘prisão’ de , esquecera-se totalmente de que precisavam de duas árvores, uma para ela e uma para ele. Podíamos culpá-la? Não, coitada, ela achou que estava fazendo um bem enorme.
- Tudo bem – Ele respirou fundo, os dois já chegavam onde haviam abandonado o machado e a árvore quase-cortada. Ele pegou o machado e parou, olhando pra ela – Me diga que sua família não é muito grande.
se sentou à pedra novamente.
- Somos só eu e meu sobrinho – Disse – Minha irmã meio que abandonou ele comigo esse ano por causa de um cara que mora nos Estados Unidos... Eu só queria que ele tivesse um bom natal.
- Hm... – Ele ficou sem graça com a história, ela precisaria mais de uma árvore que ele, que apenas esquecera que era encarregado disso pra festa com os amigos. – Escuta, já que são só vocês dois, porque não vem pra minha festa? Quero dizer, é na casa de um amigo meu, mas todos nós vamos pra lá, a gente meio que divide a festa... ninguém vai se importar, vai ser legal e nós só vamos precisar de uma árvore...
Ele se embolou com as palavras e ela achou bonitinho e acabou concordando. Foi assim que, duas horas mais tarde, ela estava com um pudim, tocando a campainha da casa de um desconhecido com o sobrinho ao seu lado.
Devo informar que só achava que o sobrinho dela era um bom menino. Na verdade, ele era um adolescente muito mal educado, daqueles que ficam na lista negra do Papai Noel desde que nascem até a hora que morrem e quando ressuscitarem, ainda estarão lá.
- Aí está a nossa árvore – Ela sorriu pra , entrando na casa.
- Meio torta, mas está – riu. – Oi! – Ele disse para o sobrinho dela, mas este apenas lhe fez uma careta e saiu entrando na casa sem ser exatamente convidado – Personalidade forte.
sorriu, meio envergonhada e mordeu o lábio enquanto ele fechava a porta.
- Desculpe por isso, ele ainda está aprendendo a lidar com aquele negócio da mãe dele... Não gosta muito de conhecer pessoas.
deu de ombros.
- Tudo bem. – Ele voltou-se a ela. – Você está linda.
Ele pegou a mão dela para puxá-la para o sofá e ela sorriu, emanando sua felicidade. Seu vestido era simples, numa cor que se assemelhava ao verde das árvores de natal e das roupas de duendes. Por cima, ela usava apenas um sobretudo marrom pra protege-la do frio, agora dentro de casa, ela o tirava.
- Você também está ótimo. – Ela devolveu o elogio. Ele estava simples com um jeans grosso e uma camisa de lã.
Risadinhas encheram o lugar. Os amigos de haviam vindo ver o que se passava. Um deles, o mais alto, gritou:
- Hey, casal! Olhem bem embaixo do quê vocês pararam!
Os dois olharam pra cima. corou vendo a folha de azevinho, mas se sentiu satisfeito daquilo ter simplificado as coisas pra ele.
- É uma tradição... – Ele sussurrou, aproximando o rosto do dela.
- Tudo bem – Ela murmurou.
Os lábios dos dois se encontraram e puderam, finalmente, fazer o que haviam ficado com vontade de fazer durante toda a aventura. Pena que pouco durou porque ficara muito envergonhada com as risadas das pessoas que ela não conhecia.
Devo dizer que aquele fora um natal daqueles que a gente fica velho e não se esquece e foi o primeiro de muitos natais que todas aquelas pessoas passaram juntas – menos o sobrinho chato, que depois de dois natais, dera certeza à tia que ele era mesmo mal-educado e fora mandado para os Estados Unidos para morar com a mãe.


N/A: Ahn, não gostei muito dos meus contos de natal, mas espero que eles ao menos divirtam as pessoas hahaha







+3 comentários

Myllene
myllenespilma@bol.com.br
187.26.38.213
Enviado em 12/04/2014 as 11:39 am
Nossa que perfeição essa fanfic , cara to apaixonada <3

Selecionar comentário @mundodasfics
twitter.com/mundodasfics
189.73.77.148
Enviado em 17/03/2014 as 2:13 pm
SHAUHSAUHASUSAHSA SEMPREI DEIXEI ELA MARCADA E SO AGORA LI, MDS MDS QUE COISA MAIS MARAVILHOSA ISSO PRECISA DE UMA 2 PARTE HUSAHUSAH POOR FAVOR LETICIA SUA LINDA <3

Selecionar comentário Larissa
larissa.moraes16@hotmail.com
187.126.24.51
Enviado em 10/02/2014 as 10:41 pm
tadinho do sobrinho kkkk adorei a fic xx