já leram.


Fairytale



- Conta uma história, mamãe? - A pequena menina perguntou, piscando os olhinhos azuis, enquanto ela se deitava e a mãe cobria.
- Hum... - A mãe murmurou.
- Sem ser aquelas coisas chatas de Cinderela e Bela Adormecida... - O irmão gêmeo dela reclamou, esperando a mãe ir cobri-lo também, sentado na cama.
- Nada de Ariel, também? - A mãe perguntou, arrancando os tênis do menino, que sacudiu a cabeça negativamente com tanta força que ela havia ficado com medo de acabar machucando-se - Hum... Não sei o que contar. - Ela assumiu, colocando o filho na cama e cobrindo-o da mesma maneira que havia feito com a menina.
Ela se levantou e coçou a cabeça, pensando.
- Alguém quer ajuda? - Uma voz masculina veio da porta. Ele abraçou-a por trás e beijou o pescoço dela levemente.
- e querem história sem Cinderela, Bela adormecida, Ariel...
- Eu ficava feliz com Cinderela! - reclamou.
- Mas eu não! - Bufou.
Os pais se entreolharam.
- Eu não tenho nada em mente - Ela sussurrou, baixinho.
- 'Tô pensando em algo, calma . - Ele fez cara pensativa.
- Quem cochicha, o rabo espicha! - reclamou.
- Deixa, tô precisando de bunda mesmo - riu.
- 'Tá não, tá ótimo assim - Harry disse, apertando a bunda da esposa.
- HARRY! - Ela reclamou, fazendo os filhos rirem.
- Eu tenho uma idéia - Harry disse, puxando-a pra se sentar em seu colo, na cama de . - Acho que vocês vão gostar... - Ele juntou as sobrancelhas, fazendo mistério. olhou pra ele, questionando - Que tal saberem como papai e mamãe se conheceram?
arregalou os olhos, fazendo que 'não' com as mãos, e fazendo sinal de morte, passando a mão pelo pescoço. Harry só ria.
- SIIIIIM! - e comemoraram.
- Nããããããão - reclamou, fazendo bico. Harry riu, puxando-a para encostar a cabeça em seu ombro.
- Bom, tudo começou...

- Eu não vou, mãe! - Eu reclamei. Eu não queria ir, eu não iria.
- Vai sim, senhor! - Ela ordenou. Minha mãe sabia ser chata quando queria. - Eu disse que você iria, coloquei seu nome lá e agora você vai!
- Mas você nem me consultou se eu que...
- Você vai, Harold e sem reclamar - Ela deu o veredicto final e eu embiquei. Mãe chata, eu não queria ir naquilo.

(n/a: Eu sei que é Harry, mas brigar usando Harold é clássico :p)

- Olha o exemplo, Harold! - reclamou. - Daqui a pouco eles estão me chamando de mãe chata também e quem é que vai resolver isso?
- Blé - Harry reclamou.
- Bom... Eu estava indo pra ajudar minha mãe e muito feliz, ao contrário do pai de vocês - continuou.

- Já pegou todas as coisas, querida? - Minha mãe me perguntou.
- Não, mãe, faltam as tintas. Eu não tenho certeza se as minhas são anti-alérgicas... - E alguma criança podia ficar empolada, eu não ia gostar de ser responsável por isso e também não queria colocar um aviso de "crianças alérgicas, se afastem!", elas não tinham culpa de serem alérgicas à uma pote de tinta.


- Problema das crianças com alergia. Ninguém mandou elas nascerem assim! - Harry bufou.
- Harry, o que você tem contra crianças alérgicas? - perguntou, começando a se irritar.
- Tenho alergia à elas. - Ele sorriu - E elas estavam atrasando você.
Ela revirou os olhos.
- Você tomou alguma coisa agora à noite?
- Café. - Ele respondeu.
- Uhm... - quase resmungou - Fazer o quê?
- Uhm... Pai? - chamou
- Oi!
- Eu tenho alergia à alguma-coisa-que-a-mamãe-sabe, você tem alergia à mim? - Ele piscou, quase triste.
deu um tapa no ombro de Harry, quase o empurrando pra deitar-se na cama.
- Conserte-se agora! - Ela cruzou os braços e só não saiu do colo dele porque ele a segurava pela cintura.
- Eu não tenho alergia à você porque... Você é meu filho e pais não podem ter alergia aos filhos.
- Seu pai é um idiota, ele não tem alergia nenhuma, amor - disse.
- Eu não sou um idiota! - Ele reclamou.
- Então vê se pensa antes de falar.
- Eu posso pensar antes de falar, mas que sei que você prefere quando eu não penso antes de... - Ele virou o corpo todo pra colocar o rosto próximo ao dela - fazer certas coisas. - Sussurrou.
- HEY, EU TÔ AQUI - reclamou, tampando os olhos.
- É, ela 'tá aqui! - pulou pra cama da irmã pra ajudá-la a tampar os olhos, mas mantendo os seus muito abertos e curiosos.
pigarreou e Harry se afastou dela, ligeiramente.
- Continuando...

Eu fui pra tal da quermesse lá, obrigado. Meus amigos estavam lá, mas apenas Dougie estava nas mesmas condições que eu - obrigado - Tom e Danny estavam muito felizes em suas barracas de pescaria e algodão-doce, respectivamente. Pra falar a verdade, eu nunca tinha visto o Tom tão feliz, ele parece ter nascido pra ser caipira e Danny pegava algodões-doce pra ele e dividia com as crianças - e elas não precisavam comprar, é claro.
Dougie, por outro lado, estava sofrendo. Alguém inventou que ele devia andar de perna de pau e ele passara um mês treinando. Mas era o Dougie, não? Ele não era muito bom em nada, pra falar a verdade. Então ele tropeçava nas pedras e caia de dois metros de altura.
Eu fiquei na barraca de tiro ao alvo e, às vezes me chegavam aquelas meninas patricinhas querendo o urso rosa - o prêmio mais difícil - e eu ficava com medo que elas me acertassem. Uma me acertou, bem na barriga. Dei um biscoito à ela e ela sumiu enquanto eu ainda tentava respirar sem dificuldade. O que eu podia fazer? Eu queria fugir, mas minha mãe estava logo em frente com as crianças do orfanato...
- Harry! Harry! - Eu ouvi a voz do Dougie me chamar. Instantaneamente, olhei pra baixo. Mas só encontrei uma calça brega muito comprida. Esqueci que ele estava com as malditas pernas de pau.
- Ahn... Oi, Dougie! - Olhar pra cima pra conversar com o Dougie era muito estranho e fazia doer o meu pescoço.
- Cara, você não sabe! - Não, não sei. E anda logo que eu não quero ter torcicolo amanhã - Tem umas meninas MUITO gostosas na barraca do beijo e tem uma que está com um decotão e eu vi tudo, estou adorando ser alto e... - blablablablabla. Dougie não pára de falar? Ele já me passou a informação. -... Apesar de eu ter quase caído hoje mais cedo, é maravilhoso! Harry? Você está me dando atenção? EU PRECISO DE ATENÇÃO! Será que você pode olhar pra mim?
- Urg, 'tá me doendo o pescoço, Dougie.
- Ah, quando sou eu, eu tenho que ficar olhando pra cima e com o pescoço doendo porque ninguém liga pro Dougie... - Blablabla de novo - e aí eu sofro e...
- Dougie, fica aqui um pouquinho que eu vou ali ver as tais meninas, certo?
- Ah, todo mundo me explora!
Eu empurrei ele, levemente, enquanto pulava pra fora da barraca e, bom, ele caiu. Não foi por mal, eu tinha esquecido que ele estava com aquelas pernas loucas.


- Fala a verdade, Harold - riu - Você fez de propósito.
- Juro que não - Ele respondeu, desviando o olhar da esposa e olhando pro ar condicionado na parede.
- Quem acha que o papai fez de propósito levanta a mão! - Ela disse, levantando a mão. levantou uma mão. se jogou em cima da irmã, levantando as duas mãos e as duas pernas.
- Sai de cima, ! - empurrou ele pra fora da cama dela. Ele acabou caindo no chão.
- Au! - Ele ganiu, esfregando a bunda.
- Não briguem - disse, ajudando a se levantar. Saiu do colo de Harry (que reclamou) e deitou o filho na cama, cobrindo-o. - Ou ficarão sem história. - Um coro de 'aaaah' foi ouvido, Harry participando dele. Ela sorriu de lado e balançou a cabeça. - Bom, eu estava na barraca do beijo.

- Sabe que eu estou adorando ficar aqui? - sorriu seu sorriso com mais dentes possível.
- Ahan, aposto que 'tá louca pro Poynter aparecer por aqui - eu ri - e aposto que ela até dá de graça.
- Opa, 'tô topando! - disse.
- Humphft - resmungou.
- Que foi? - eu me sentei ao lado dela e comecei a cutucá-la. Sabe, cutucar sempre ajuda as pessoas a falar.
- Essa barraca do beijo - Ela abriu os braços, englobando a barraca - eu não quero beijar caras sujos e nojentos, você sabe.
- Não se preocupe - Eu ri - Esses, a gente deixa pra .
- HEY! - Ela reclamou, enquanto arrumava os docinhos da barraca ao lado. - EU OUVI!
- OLHA O DECOTE, ! - gritou pra ela, mas a garota só deu de ombros. balançou a cabeça negativamente - Thomas está chateado comigo...
- Por que você 'tá aqui? - Eu perguntei. Ela concordou com a cabeça - Eu disse pra você não pegar ninguém e ficar igual a , mas você não me ouviu...
Ela me deu língua e eu ri. Uma bola veio em direção a gente e desviamos. Algumas crianças do orfanato haviam conseguido uma bola - Tom devia ter dado à elas na pescaria, como havia dito - e estavam jogando algo parecido com futebol e acertando as barracas. Devolvemos a bola, jogando pra longe pra que nossa barraca não se transformasse no gol deles. Não demorou muito até que ouvimos um barulho estranho. Eu, sinceramente, achei que tinham quebrado alguma barraca e corri pra fora da minha...


- Tom é um panaca ciumento - Harry concluiu.
- Você é um panaca ciumento - riu dele.
- Eu não sou ciumento. - Ele embicou.
- Você e o são ciumentos - cruzou os braços como se tivesse chegado a uma conclusão brilhante.
- Eu não sou ciumento! - Os dois reclamaram.
- Tal pai, tal filho - riu - , amor, como vai aquele seu namorado?
Ela fez bico e cruzou os braços.
- Ele não chega mais perto de mim desde que o bateu nele - Ela choramingou.
- Foi papai que mandou! - acusou.
- Er... - Harry não conseguiu uma desculpa.
- Hum... ensinando violência. Acho que vou pedir a guarda das crianças. - disse, séria.
- De quê vai adiantar? Você não consegue me largar... - Harry puxou-a pela cintura, tentando fazer com que ela voltasse a se sentar no seu colo enquanto ela se debatia.
- Vocês não vão começar de novo não, vão? - perguntou.
bateu nas mãos de Harry, em volta da sua cintura.
- 'Tá - Ele emburrou. - Eu tinha ido ver as garotas que o Dougie disse.

Eu me admirei que ele nunca as tenha convidado pra sair, até porque, uma delas estava saindo com o Tom, ultimamente. Escondido atrás da árvore, eu não tinha uma boa visão delas, não a que o Dougie havia tido. Foi aí que eu olhei pra árvore sedutoramente. Eu achei uma idéia maravilhosa na hora, subir nela e ter uma visão aérea das garotas. Então, eu subi na árvore - não faça isso, - e fiquei lá durante algum tempo apreciando a vista. Desde o primeiro momento, eu mantinha os olhos fixos na mãe de vocês, - eu tô falando sério, pára de me bater, - desde quando Tom insinuou que eu deveria ficar com alguma das amigas da pra sairmos em casal e bláblá, idéias toscas do tio Tom. Eu vi quando a bola de futebol atingiu a barraca delas e quando elas riram depois que a jogou a bola o mais longe que pôde - o que não deve ter passado de dez metros - e foi aí que tudo ficou confuso.
Em um momento, eu estava confortavelmente deitado na minha árvore espiã e no segundo seguinte, eu estava estirado no chão com uma dor tremenda nas minhas costas e bunda e com a cabeça doendo pela bolada que eu havia levado.
- Você está bem? - Eu ouvi alguma voz doce me perguntar.


- AHAHAHAUAHUAHAUHAUA - chorava de rir - Harry, você não precisa fazer isso!
- Não me interrompa, tá? - Ele emburrou, pigarreando.

- Você está bem? - Eu ouvi alguma voz doce me perguntar.
Eu abri os olhos e me deparei com um anjo me observando atentamente - Não me enche, , me deixa contar do meu jeito.
- Eu acho que não quebrei nada - Eu disse, piscando repetidas vezes. Tentei me levantar, mas ela me segurou.
- Talvez seja melhor você ficar aí um pouco. - Ela me empurrou de volta ao chão.
- Pergunta pra ele as coisas - Uma voz atrás dela disse e eu não podia ver quem era.
- Uhm... Qual seu nome? - Ela perguntou
- Harry. E o seu?
Ela riu, docemente.
- . Da onde você caiu?
- Da árvore.
- Por que você estava na árvore?
- Porque eu queria ver... - Eu ia falar besteira. sacudi a cabeça e me levantei de súbito e quase tropecei nos meus próprios pés - o céu! - Eu sorri. - Tchau e valeu aí! - Eu acenei, voltando pra minha barraca.


- 'O céu' foi a pior desculpa que você já me deu - riu - E olha que já foram muitas...
- A primeira é inesquecível, ué - Ele riu, olhando pra ela. E eles ficaram se encarando e sorrindo.
e se entreolharam. O menino levantou um dedo, depois dois. No terceiro, duas almofadas voaram em direção aos pais.
- HEY! - Harry reclamou, se levantando pra pegar eles no susto enquanto ria.
- Tudo bem, tudo bem. - Ela riu - Deixa eles, Harry! - Ela puxou Harry pelo braço, pra se sentar outra vez, mas ele se recusou - Harry?
- Humphft - Ele se jogou ao lado dela, de braços cruzados...
- Como uma criança mimada - Ela sacudiu a cabeça - Bom, o pai de vocês foi embora e eu fiquei sem entender nada...

- Ao menos ele era gatinho - disse. Eu olhei pra ela com um grande ponto de interrogação. E daí que ele era bonitinho?
- Ele tem problemas, não tem? - Eu perguntei.
- Ele só bateu a cabeça - acenou - Deve ter perdido uns parafusos, mas ele é ok - O que ela quis dizer com ok?
- O que é ok? - chegou, se intrometendo e comendo algodão-doce.
- Oi, - disse - Eu vou bem e você?
- Eu to bem com o meu algodão-doce - Ela sorriu, comendo mais um pedaço - Sabe, o menino da barraca de algodão-doce é muito simpático e tem um sorriso muito lindo. Ele me deu de graça - Ela abriu mais ainda o sorriso.
- Safada ela, né? - Eu perguntei rindo. - Nosso plantão acabou? - continuei a perguntar, dessa vez pra .
- É, agora só amanhã, eu acho.
- Sim, pegamos o plantão dos meninos bonitinhos - sorriu.
- Qual foi a minha contabilidade? - perguntou, enquanto a gente se afastava da barraca
- 7 gatinhos, 15 caquéticos e 1 vovô - Eu ri.
- Arg - Ela reclamou - Não me lembra do vovô. Foi nojento. - Eu gargalhei - Olha, o garoto bonitinho tá no tiro ao alvo, quer ir lá?


- É agora que vocês começam a namorar? - perguntou, com os olhinhos brilhando. agora estava do lado dela, na mesma cama, quase babando em cima dos lençóis.
- Não, mas a sua mãe me tirou do tédio - Harry riu. lhe deu um tapa em sua perna. - É sério, eu estava entediado. - Ela revirou os olhos.
bocejou.
- Falta muito? - Ele perguntou, demorando a piscar
- Um pouco - A mãe lhe sorriu. - Vocês querem que a gente termine amanhã?
- NÃO! - berrou.
- Siii... ohhhh.... immm! - disse em meio a um bocejo.
- Par! - A menina estava em pé na cama, com o pulso levantado atrás das costas. apenas levantou o pulso - Dólácí, já! - Ela colocou três dedos, colocou quatro dedos. - Ganhei! - ela disse, feliz. resmungou algo, afundando a cabeça na almofada e os pais riram quando ele virou pro lado, esquecendo de contar os dedos.
- Vou continuar, então - Harry disse - Eu estava entediado...

Eu vi as duas garotas se aproximarem e quase peguei meu celular pra avisar ao Tom que a estava ali, mas elas se aproximaram antes que minha mão chegasse no bolso de trás da calça. Êta preguiça.
- E aí? Como vai a cabeça? - a garota mais linda do mundo me perguntou. Eu não sou bobo, , que saco, viu?
- Bem, não muito pior do que o normal - Eu sorri.
- Uhm... - Ela murmurou. Aposto que estava deslumbrada com o meu sorriso. Ou com meus olhos super azuis. Eu estava pensando em piscar algumas vezes pra ela, mas achei que era muito gay e desisti. - Tartaruga - Ela apontou, atrás de mim. Sério, me senti tão mal. Como ela podia trocar meus olhos azuis e meu sorriso sexy por uma tartaruga?
- quer tartaruga?- perguntou a ela. sorriu como uma criança com um brinquedo novo e concordou - É, vamos querer algumas fichas.
Eu passei a arma para e eu nunca tinha visto uma garota segurar uma arma daquele jeito.


- Ah, nem tem graça. - reclamou.
- O que? - Harry sorriu pra ela.
- Não tem graça você falar assim.
- Você não se viu. Parecia uma guerrilheira ou algo assim.
- Mamãe trabalhou no exército? - arregalou os olhos.
- Não, mas ela tem uma mão muito firme. - Harry respondeu.
- Não enche - emburrou. - Eu continuo.

Eu tinha ficado deslumbrada com o sorriso dele mesmo, mas eu procurei algo que me distraísse e me livrasse do constrangimento dele perceber. Achei uma tartaruga muito fofa, eu gosto de tartarugas. Eu tive uma tartaruga quando criança, mas ela não sabia comer alface e acabou sendo comida por formigas. Mas não importa. O importante foi que eu queria aquela tartaruga, porque ela era imortal e eu não ficaria com trauma.
Eu peguei aquela arma e mirei. Acertei uma, mas a caixinha não caiu. Acertei duas, três, quatro! E a maldita caixinha não caia. Conclusão: tinha uma bela duma marmelada ali.
- LADRÃO! - Eu gritei. - ESSA PORCARIA É UMA ROBALHEIRA, EU QUERO MINHA TARTARUGA, EU ACERTEI!
- Mas não derrubou a caixinha. - Harry riu de mim.
- Mas eu acertei tudo - Fiz bico.
- Por que não tenta de novo? - sugeriu.
E eu tentei, acertei todas e N-A-D-A da caixa cair.
- ISSO É TUDO CULPA SUA - Eu apontei acusadoramente para Harry - VOCÊ É UM LADRÃO, CANALHA, CRETINO E ME FEZ PERDER A MINHA TARTARUGA!
- ... - me repreendeu.
- NADA, EU QUERO A MINHA TARTARUGA PRA CHAMAR ELA DE ALFRED E DORMIR ABRAÇADA COM ELA!
- Não tenho culpa se você não tem força no gatilho - Harry sorriu, zoando da minha cara.
Eu parei, pisquei duas vezes obtendo a informação. Então eu peguei um copo de refrigerante de laranja da menininha que passava do meu lado àquela hora, arrancando-lhe um 'HEY' e joguei todo o conteúdo na cara de Harry.
- Posso não ter força, mas eu miro bem, não acha? - Questionei, saindo dali, batendo os pés e puxando comigo


- Mamãe é braba - sussurrou, se encolhendo.
- Você descobriu isso agora? - revirou os olhos.
- HEY! QUE TOM DE VOZ É ESSE, MOCINHO? - gritou - Quem te ensinou isso? Que absurdo! Falar assim com a sua irmã! E...
- ... - Harry sussurrou no ouvido da esposa, fazendo-a se calar - relaxa.
- Relaxar, Harold? RELAXAR?
- Shiu. - Ele mordiscou a orelha dela de leve - Deixa eu contar, vai?
Ela concordou com a cabeça, ligeiramente entorpecida.

Eu pulei o balcão e corri atrás dela. Não era todo dia que a gente podia ter uma chance com uma garota daquelas e eu não ia jogar fora. Puxei-a pelo braço.
- Eu não sou ladrão - Eu disse.
- Ah, mas o jogo é! - Ela retrucou.
- Vou mostrar que não. - Eu puxei-a de volta para o balcão pela mão, mantendo o olhar em seus olhos.


- Que romântico! - zoou. Harry lhe lançou um olhar malvado - Calei.

Aí eu peguei a arma a acertei a caixinha três vezes, na quarta, ela caiu.
- AH! - Ela gritou, com os olhos brilhando. Esticou os braços pra tartaruga e fez como se quisesse pegar - Me dá o Aaaaalfred!
- Não - Eu ri - Não posso te dar, meu jogo não vale.
- COMO ASSIM NÃO VAI ME DAR?
- ... - cutucou-a.
- ME CHAMOU PRA QUÊ, ENTÃO? PRA MOSTRAR QUE É MELHOR QUE EU? OLHA O QUE EU TENHO PRA VOCÊ! - Ela fez um 'legal' com as mãos e saiu batendo os pés.
- Eita. - Tom apareceu, abraçando pela cintura.
- Que garota complicada - Eu cocei a cabeça.
riu.
- Ela só gosta de você - Ela continuou rindo - Mas ela vai gostar mais depois de ganhar uma tartaruga...
- Que sádica! - Tom riu, beijando-lhe a bochecha.
- Vou ser demitido. - Eu disse, fingindo sofrimento e indo pegar a escada, deixando e Tom discutirem o fato de estarem brigados ou não.


- E agora que vocês começam a namorar? - perguntou, bocejando.
- Quase, amor - riu. - Minha vez.

Eu estava sentada e deprimida em um banquinho branco. A visão da fossa. Eu não havia conseguido o meu Alfred. E eu havia irritado o garoto dos lindos olhos azuis.
Então, me cutucaram. Eu olhei e me deparei com um menininho de uns sete anos agarrado ao MEU Alfred.
- Oi, tia! - Ele sorriu. - O tio da barraca de tiro me deu dez pratas pra te entregar isso - Ele jogou a tartaruga no meu colo - E isso. - E me deu um bilhete.
Eu estava de olhos arregalados.
- Obri...Brigada - Eu agradeci.
- Você não vai me dar nada não? - O garoto me perguntou - O tio me deu dez pratas!
Ora, seu mercenariozinho! Arg! Meti a mão no bolso e dei uma libra pra ele. Ele olhou de mau gosto pra nota, mas foi embora.
Então eu abri o meu bilhete.
"Primeiramente, me desculpe por ter me 'mostrado', mas você também me jogou um refrigerante e gritou comigo, não é? Não, eu não quero te deixar zangada, me desculpe.
Bom, gostou da tartaruga? Eu gostaria que você a chamasse de Harold no lugar de Alfred. Seria interessante, pra mim. Você pode fazer isso?
Eu queria ver você. Meu turno está acabando em dez minutos, deve ser o tempo do pequeno Jimmy entregar isso pra você, então, se você quiser me ver também, vá até o lago Stanley, perto das árvores, ao lado da casinha. 'Tô te esperando!
Harry."

Então eu tomei uma decisão sem pensar.


- PAROU POR QUÊ? - e gritaram juntos.
- Hey, você não queria ouvir a história - acusou.
- Mas eu... er... Hum... Ahn... - Ele coçou a cabeça, numa versão idêntica do pai - MANHÊ, VOCÊ FOI?
- Claro, ninguém resiste ao meu charme. - Harry disse. lhe deu uma cotovelada.
- Seu pai me pediu em namoro aquela noite. - Ela sorriu. Harry a apertou mais em seu colo, enquanto os dois sorriam bobamente e suspirava.
- No lago? - A pequena perguntou.
- É, com um algodão-doce - Harry riu.
- Bom, já passou da hora de dormir. - A mãe disse
- AAAAAH - Os dois pequenos reclamaram.
- Sem 'ah' - Ela riu. Arrumou os filhos, cada um em sua cama, e lhes deu beijos. Harry a esperava na porta. Ela passou e ele abraçou-a.
- Boa noite - Harry disse.
- Durmam com os anjinhos. - completou.
Harry apagou a luz e fechou a porta, deixando as crianças entrarem em sono profundo logo em seguida.

N/a: Bom, essa fic começou a ser escrita pra um challenge do site, mas eu tive um pequeno problema de juddicite aguda (vulgo tendinite nos dois pulsos, nos dois joelhos, nos dois tornozelos e no cotovelo direito) e não consegui terminar a tempo. Mas eu gostei TANTO dela que eu resolvi terminar mesmo assim mahsuahsuahusa engraçado, eu não costumo gostar das minhas fics... wtv, sorry Fletcher, Jones e Poynter, mas meu Judd, né?
A pergunta que NUNCA cala. Gostaram? Foi bom? Gostaram dos meus bebês? Eles voltam de novo numa fic maior ;)

COMENTEM E ME FAÇAM FELIZ!







+1 comentários

@Startspayne
twitter.com/Startspayne
201.23.150.55
Enviado em 20/08/2014 as 4:48 pm
Que coisa mais fofaaaaaaaaa *0*