já leram.


Feitos um para o outro


Sim, minha vida é um caos. Quando eu acho que tudo vai ficar feliz, dá tudo errado de novo. Por quê? Porque eu, , sou muito idiota. Diria burra, mas burra eu não sou. Ok, vamos aos fatos:
Fato 1 - Minha irmã me odeia. Ela está de castigo por ter fugido de casa. Adivinhe qual foi o castigo dela? Visitar a irmãzinha no dia de passeio dela.
Fato 2 – é um pé no saco. Me persegue, me chama pra sair. Ontem, por fim, disse que iria tomar uma cerveja amanteigada.
Fato 3 - Eu vou me matar antes de domingo. Não sei como conseguirei dar cabo de e no mesmo dia e... É HOJE! Ai meu Merlin! Me salve, por favor! Eu vou me ...
- ! - gritou uma voz, me tirando dos meus devaneios.
- Hum... Hein? - disse ao me deparar com um par de olhos castanhos esverdeados à minha frente - AHHHH! - acrescentei ao reconhecer os cabelos negros desgrenhados.
- Ai! - reclamou - assim você estoura os meus tímpanos! - disse batendo nas próprias orelhas
- Ótimo! Assim você fica com medo de mim e não me procura mais!
- Nunca vou te deixar em paz, pimentinha - ele disse - Nem se você estourar meus tímpanos.
- Estou pensando em estourar outra coisa além dos seus tímpanos - disse, mal-criada - e lhe garanto que não vai gostar de ter sua capacidade reprodutiva reduzida à zero por cento.
SIIIM! Eu sou brilhante!
- Que feio, - ele disse, rindo. Como pode rir de uma ameaça dessas? - E como ficam nossos filhos?
- Nossos filhos?
- É! - ele disse - Meu time de quadribol que vai sair de dentro da sua barriga, e que eu vou adorar por aí dentro.
Ok. Admito que fiquei mais vermelha que meus cabelos em dia de sol.
Abri e fechei a boca várias vezes até soltar uma exclamação de nojo.
- Erc!
- Pimentinha?
- Que é? - gritei e depois fiquei mais vermelha que nunca por ter respondido por esse nome.
- Você não desistiu de ir a Hogsmeade comigo não, desistiu? - perguntou inseguro
Tá. é ridículo, insensível e irritante, mas não tenho como negar que ele é terrivelmente fofo.
- Eu... Eu... Não. - disse - Mas se você ficar me enchendo...
Se ele me ouvisse, seria muito bom, pois nesse momento ele me puxou pela cintura e me carregou até os portões.
Merlin, Merlin, Merlin. O que é pior? Minha irmã ou meu... meu...
Você ia dizer "meu namorado", honey?
NÃO! Cruz credo! Melin me livre de tamanho castigo.
Então se eu disser pra você que seu cabelo está horrível, você não vai dar...
Passei a mão pelos cabelos, antes mesmo de não-sei-o-que terminar de falar.
Eu acho que penteei o cabelo antes de sair do quarto, não penteei?
*AHÁ! Te peguei! Você gosta dele!*
Eu estou falando comigo mesma... Que tipo de maluca eu sou?
Uma que se apaixonou por , quem sabe?
- Hum... ? - perguntei
- Oi! - disse, rapidamente
- Não está muito cedo pra tomar cerveja amanteigada?
Na verdade, estava muito cedo pra fazer qualquer coisa em hogsmeade. Fomos os primeiros a sair da escola.
- Nós não vamos tomar Cerveja amanteigada agora - ele disse
Não vamos?
- Não vamos? - perguntei
- Não. - ele disse
Ok, estou ficando com medo. Eu não sei até onde é são.
- E aonde vamos? - perguntei.
- Surpresa! - e me deu um sorriso maroto.
Admito que morri de medo do que ele pudesse fazer. Não que ele fosse capaz de fazer algo contra a minha pessoa, mas a gente tem medo nessas horas.

Algum tempo depois, me vi sendo puxada por para fora de Hogsmeade.
- ! - exclamei ao nos aproximar-mos dos limites da cidade.
- Hum? - disse, distraído.
- Nós estamos saindo de Hogsmeade!
- Eu sei - e olhou pra mim, me vendo aflita. - Não se preocupe - e deu um beijo em minha bochecha - Eu não mordo.
Tá, eu corei. Na verdade, nem devia estar aqui.
- , era só uma... - ele me cortou
- Você acha que depois de tantos anos te chamando pra sair, eu mereço apenas uma cerveja amanteigada? - e olhou pra mim com cara de maior abandonado.
, beije-o
O que é isso? Estou tendo vontade de beijar ? Não, eu não sou eu! Não é possível! Ele é... Ele é... lindo.
Sorri, amarelo.
- Tudo bem - eu disse, mas não devia ter dito - acho que tudo bem.
Então ele continuou me puxando pela mão até um lindo campo, bastante verde e vasto, não dava pra ver o fim.
- Eu nunca... Nunca soube ...- gaguejei - Uau!
- É lindo, não é? - perguntou - Achei que era bom o bastante pra você. Mas ainda acho que deixa um pouco a desejar. Por isso escolhi um lugar mais ao leste. Tem um riacho pra lá.
Sorri, amarelo.
- Riacho? - perguntei
- É - ele disse - você não gosta? - e acrescentou rapidamente - Tem uma cachoeira lá também!
- Não, não é isso! - eu disse - Eu adoro, mas...
- Mas?
- Por que tudo isso, ? - perguntei.
Nem me toquei de ter chamado-o pelo primeiro nome. Ele abaixou a cabeça e o vi corar de leve.
- Você é especial, .
Diante daquela declaração completamente sincera, qualquer vestígio que ainda havia restado da durona que negou qualquer encontro com nos últimos quatro anos, desabou. Poderia dizer que eu estava conquistada. Mas não ia entregar o ouro (eu) assim tão fácil assim.
Ambos corados e sem ter o que dizer, ficamos em silêncio até que reuni coragem suficiente pra perguntar:
- Vamos?
sorriu e me puxou pela mão. Passamos pelos campos, pegamos uma trilha dentro de uma pequena mata.
- Aqui não tem animais perigosos? - perguntei
- Não - responde, virando á esquerda.
Eu o seguia, apreensiva.
- Tem certeza que não é a floresta proibida?
- Tem coelhos, ! Coelhos não vivem na floresta proibida!
- Como você sabe?
- Eu passeio pela floresta proibida, às vezes - confessou.
- AH! Então é isso? - perguntei - Mas... Você tem certeza?
- Tenho, !
Eu fiquei calada por um momento até ver algo rastejando perto das raízes de uma árvore.
- MEU MERLIN! - gritei, pulando pra cima de - Uma cobra!
me pegou no colo e eu, instintivamente, abracei-o, escondendo meu rosto na curva do pescoço dele. Ele continuou tranqüilo, virou-se calmamente e declarou:
- É só um lagarto, - balancei a cabeça negativamente - Está tudo bem? - balancei a cabeça negativamente de novo, dizendo que não - Já estamos chegando, - e balancei a cabeça novamente.
Ouvi - senti - ele rir levemente antes de começar a andar me carregando nos braços. Andou por mais uns dois minutos até que eu sentisse ser depositada em cima de uma toalha xadrez, com delicadeza.
- Chagamos. - ele disse - Feliz?
Olhei a minha volta. Ao meu ver, era o paraíso. A grama úmida revestia à minha direita até perder de vista, à esquerda e atrás de mim estava a mata, mais espaçada do que onde entramos e na minha frente havia uma cachoeira de três quedas, criando um riacho que seguia beirando o campo à direita.
- Uau, ! - exclamei - Isso é...
- Menos bonito que você - completou
Ok, ele me venceu. O ouro está entregue. Não existe mais brava com . Não existe mais com ódio de e podia apostar que a de agora se derretia por .
Agora você me ouve, não é?
É, foi derrotada.
Tossi alto, pelo 'leve' constrangimento.
- Eu não posso demorar - disse, enquanto ele se sentava ao meu lado - minha irmã, ela...
- Cuidei disso pra você - ele disse
Cuidou? QUE BOM! Assim você não vai precisar socar ela de novo
- Como assim, cuidou? - perguntei, receosa.
fez uma careta. Ele não queria contar.
- Eu apostei com que ele não conseguia ficar sem sair com ninguém por 15 dias - começou - no segundo dia eu o peguei com aquela Sonserina, a . Então, quando suas amigas disseram que sua irmã viria, eu disse que o teria que ser babá dela. - Eu abri a boca pra dizer que não era confiável pra cuidar da minha irmã quando ele completou - Não se preocupe, está de babá do .
Suspirei aliviada. Ele riu.
- Então... - ele disse - Quer comer algo?
- Não está cedo? - perguntei
- Tecnicamente não. - ele disse - são onze horas.
Como se meu estômago gostasse desse horário, começou a reclamar.
- É... Acho que uma comidinha não cairia tão mal assim.
Ele abriu a cesta que estava à nossa frente e me passou um sanduíche. Ele havia preparado aquilo tudo? Mordi o sanduíche. Tinha um esquilo me olhando. Mordi o sanduíche outra vez, a contragosto. percebeu e deu algo pro esquilo me deixar em paz
Comemos algumas frutas também. Aliás, adoro morangos.
Então ele fez uma pergunta, um tanto estranha, pra falar a verdade.
- Se importa de se molhar?
Sério, isso foi estranho. E de acordo com o que eu ouvi de alguns trouxas (que me deixaram chocada), bastante pornográfico também.
- Hein? - o melhor era fingir que eu não entendi.
- Tem uma espécie de caverna atrás da cachoeira - explicou - Se importa de se molhar?
- Hum... - ufa... Ainda bem que é só isso - Acho que não, mas... - antes que eu pudesse falar alguma coisa, ele me pegou no colo e adentrou no rio.
- ! Você é louco? - perguntei depois de ele ter me jogado na água e mergulhado.
Ele me abraçou e eu tive a impressão de ter visto estrelas, mesmo aquela hora.
- Só por você, !
Ele levou o rosto em encontro ao meu, para me beijar, mas, na última hora, eu me esquivei. Achei que ainda não dava, simplesmente.
Ele pigarreou e me soltou do abraço.
- Eu vou te levantar - ele disse - e você entra na caverna, certo?
Sacudi a cabeça afirmativamente. Nadamos até a queda e ele me pegou pela cintura antes de mergulhar para que eu pudesse alcançar e sentar-se em seus ombros, mas, na primeira tentativa, eu caí para trás.
- Tudo bem, ? - perguntou, preocupado.
Cuspi água, antes de dizer:
- Se você não tiver olhado minha calcinha, sim.
Ele sorriu, mas nada disse. Aposto que olhou. Aposto que quer olhar de novo. Oh, céus! O que eu estou pensando?
mergulhou outra vez e, agora, conseguimos entrar na caverna. Em alguns minutos, estávamos sentados na caverna, admirando a queda por trás dela.
- Não sabia que gostava dessas coisas - eu disse, admirando mais as gotas que caiam do cabelo dele do que a queda em si.
- Sempre gostei - ele disse, com o olhar perdido - minha tia tem uma casa por essas bandas e eu costumava brincar por aqui.
- Nunca imaginei uma coisa dessas... - disse meio animada, meio apaixonada - E o que me diz dessa caverna?
- É um atalho para Hogsmeade - disse - por aquele trecho, mas ele é bastante estreito.
- Ah... Vamos? Vamos!
- Pode ser perigoso, . - ele disse
- Está com medo? - certo. Nunca duvide de um McFLY.
- Não! - disse, indignado
- Então vamos!
Ele pôs a mão na minha frente pra me impedir de levantar e andar mais.
- Eu vou na frente - disse, levantando-se.
Ele entrou de lado e eu, na euforia de ter uma aventura numa caverna, entrei em seguida.
Por um descuido meu, ou de ambos, acabamos frente a frente, próximos demais. Molhados demais. Prensados pela parede da caverna. Nossos rostos estavam quase juntos e sabíamos o que iria acontecer. Eu me dispus a fechar os olhos primeiro. Eu havia perdido aquele jogo, estava apaixonada. Senti que ele estava próximo. Sua respiração, quente e rápida, mais perto de mim do que a minha própria. Estava quase suplicando que ele me beijasse logo quando ouvi sua voz, maravilhosamente doce e suave.
- Você não iria ficar chateada se eu... - cortei-o
- Não - foi o que eu consegui dizer antes que ele me beijasse.
Acho que nunca senti algo parecido. Nada era tão bom quanto beijar . Talvez se misturássemos algodão-doce, chocolate, voar e natal, eu conseguiria definir, ao menos, um por cento dessa sensação.
- - chamou-me - Posso te fazer uma pergunta?
- Uhum - foi o que eu me dispus a dizer.
- Quer namorar comigo?
Naquele momento, só se ouvia a água caindo, lá fora. O silêncio reinou na caverna até que eu disse:
- Ainda não, , desculpe.
Ele suspirou.
- Tudo bem - ele disse - esperei tanto tempo pra ficar perto de você que esperar mais um pouco pra ganhar um título além de " é um babaca" não é nada.
Eu ri.
- Obrigada - disse
Ele sorriu.
- Quer continuar ou quer ficar aqui? - ele sorriu maliciosamente, levando a mão para minha cintura. - Só mais um?
Eu sorri. Não devia negar duas coisas seguidas, devia?
- Só mais um - eu disse, sorrindo.
Ele me beijou e esse 'só mais um' virou quase um milhão de beijos sem que nenhum de nós percebesse ou quisesse impedir. Quando demos por nós, já era quase quatro da tarde e tivemos que correr para tomar nossa cerveja amanteigada prometida.
Enquanto isso...
- e já devem estar chegando - disse .
- Eu sei. - falou , apreensivo - Você vai fazer isso mesmo?
- Vou! - disse , decidido - é só você cuidar da trouxa pra mim. A poção do amor está com você?
A trouxa, em questão, era que, no momento, estava sendo distraída por .
- - disse , entregando-lhe a poção - olhe lá, hein?
- É temporário, - disse , sorrindo - Só para o se divertir.
***
Chegamos ao três vassouras e nos instalamos. Eu me surpreendi ao ver trazendo as nossas bebidas(e até desconfiei).
- Eu não disse pra você cuidar da irmã da , ? - perguntou , como um pai para um filho que esqueceu de fazer o dever.
- está vindo pra cá, - eu disse - Deixe-o descansar. Eu sei como é difícil.
sorriu estranhamente pra mim, antes de sair.
se aproximou-se e se sentou conosco sem, nem ao menos, ser convidada.
- Não vejo à hora de voltar para casa! - ela disse emburrada.
- É muito bom ver você também, - retruquei.
- O que você está tomando? - Ela perguntou
olhava de mim para e de volta pra mim, como se estivesse acompanhando um jogo de ping-pong.
- Cerveja amanteigada - eu disse, entediada.
- Cerveja? Eu quero! - ela tomou a bebida da minha mão.
Dei de ombros e me levantei para pegar outra. Fui até o balcão e vi que balançava os braços freneticamente. Ele está ficando cada vez mais doido.
Peguei minha bebida, e quando estava voltando para mesa, se pôs em meu caminho.
- Hey, ! - ele disse - belo dia hoje, não?
- Seria mais se você saísse da minha frente! - e o empurrei.
Então eu vi uma cena que me gelou o coração e fez desmoronar todas as esperanças que haviam sido criadas nas últimas horas: beijando .
Eu ainda estava em choque quando vi a empurrando e correndo em direção ao banheiro com atrás dele gritando algo como "Volte aqui, , meu amor!". Então eu saí do transe e senti algo subindo dos meus pés até minha cabeça, fazendo com que os meus olhos tornassem-se escuros, de ódio.
Como que ele poderia ter me traído com a minha irmã? Não me trair, porque, tecnicamente, a gente não tem nada pra ele me trair, mas, de certa forma, é uma traição, não? Grrrr! Eu vou matá-lo!
Corri em direção ao banheiro e encontrei , à porta, dizendo que iria esperá-lo, não importava o tempo. estava estranha, ela tinha que admitir, mas eu a mataria, depois que acabasse com o último resto de .
Ao me aproximar da porta do banheiro masculino, pôs o corpo na frente, me impedindo de entrar.
-Não! - gritou - O é só meu! Eu não divido com ninguém!
- Você que será dividida em mil pedacinhos se não sair da minha frente nesse instante, querida irmã!
- Eu vou acabar com você! -ela gritou
Eu, simples e calmamente, levantei a varinha e disse:
- Estupefaça! - e caiu desacordada no chão.
Eu não queria fazer isso, mas...
Pulei por cima dela e entrei no banheiro. Ouvi um "ai, Merlin!" baixinho e peguei tentando fugir pela janelinha.
- Vai onde, amor meu? - perguntei irônica.
- Ai, ! - ele pulou da janelinha - graças ao Merlin que é você! - ele, com certeza, não notou meu tom de voz - Sua irmã está louca! – disse, se aproximando de mim.
- Louca? - eu disse - a única louca aqui sou eu, por ter confiado em você!
- ...?
- Você é um canalha, ! E sempre vai ser! - cortei-o - E eu que achei que podia... Grrrr!
- Podia?
- Você me decepcionou, ! - disse, deixando que meus olhos se enchessem d’água.
- Mas foi ela quem me beijou, ! - ele disse
- E VOCÊ DEIXOU! - gritei
- Eu fugi! - disse, se aproximando.
Ok, ele fugiu, mas e daí?
- Você dei...xou que ela fizesse isso! Você deve ter enrolado ela com um papo! Ela está como se... Ah!
Uma luz se acendeu em minha mente, mas quando ia falar, começou:
- Tá bom, - ele disse - Agora fica quietinha e deixa eu te beijar.
Ele me agarrou e, no susto, me beijou. A princípio e nem percebi o que estava acontecendo, mas quando pus minhas idéias em ordem, empurrei-o e sai correndo.
Tropecei em ao sair do banheiro. Rolei e me debati, gritando, com o corpo desacordado dela. Consegui me levantar e sair correndo, no mesmo momento em que saia do banheiro e tropeçava, também em .
´Tomara que ela acorde` - foi o pensamento que me acometeu ao sair do três vassouras.
Mas não acordou - nem pra isso ela serve - e fui perseguida por por toda Hogsmeade.
- Poção do amor? - me perguntei, ofegante - como ele pôde?
Ainda correndo, cheguei a Hogwarts. Parei, olhei para trás e vi que ele estava chegando perto. Amaldiçoei o quadribol por ter dado-lhe condicionamento físico.
Entrei no castelo, subi várias escadas e, quando dei por mim, estava na torre de astronomia sem saída, pois ele já havia começado a subir as escadas que davam acesso à torre. Sentei nas beiradas, sem medo da altura, e esperei. Àquela altura, já era noite e o vento frio batia nas minhas pernas descobertas pela saia, não que eu me importasse.
Vi os cabelos dele, desgrenhados e suados pela corrida, aparecerem e, logo, o seu dono, me causando um leve frio na barriga que não evitei.
- ...
- Se você der mais um passo, eu me jogo! - gritei, revoltada.
Não que eu fosse me jogar, mas... Eu tinha que fazer alguma coisa pra mantê-lo longe, não?
Ele parou, em choque.
- Poção do amor, ? - perguntei, magoada - Por quê?
- Poção do amor? Que poção do amor? - perguntou
- Não seja cínico! - gritei - Você sabe exatamente do que eu estou falando!
- Eu estou dizendo que não sei, .
- Então vou refrescar a sua memória - eu disse - Você mandou pôr Poção do amor na minha cerveja amanteigada mas eu, por sorte, dei pra beber.
- Ahn? – ele parecia confuso. Coçou a cabeça e disse, quase totalmente calmo - Eu não fiz isso! Eu... Eu... Não... Uhm... Faz sentido!
- Claro que faz!
- Mas eu não sabia, , juro!
- Não faça juramentos baseados em mentiras!
- - começou ele - Você acha que se eu soubesse, deixaria sua irmã tomar?
- Eu... Eu...
Ele estava assustadoramente perto. Havia se aproximado sem que eu percebesse.
- Eu disse que iria te esperar, . - ele disse, já quase pondo sua mão em minha cintura - Eu nunca faria isso com você!
- Mas... Eu... AAAAAAAHH!
Em um segundo eu estava sentada à borda da torre de astronomia, divagando sobre quantas cores de castanhos existem no fundo dos olhos daquele garoto e quase sendo beijada pelo mesmo. E no outro, eu estava pendurada de cabeça pra baixo, segurada pelo tornozelo, e desesperada por ter uma boa visão da minha bunda.
- AAAAAAAAAAAAAAAH! - continuei gritando.
- Fica calma, ! - gritou , tentando se fazer ser ouvido - Eu vou te puxar - tentei olhar para cima.
- PÁRA DE OLHAR A MINHA CALCINHAAAA! - gritei.
Chutei-o com a perna solta.
- Isso não é importante agora, !
- Claro que é! - gritei - Você está invadindo a minha privacidade feminina!
- Pára de Balançar, !- gritou ele - Eu estou tentando te puxar!
- Não grita comigo! - gritei de volta.
Mas eu parei de balançar (e espernear) para ele me puxar de volta. Instintivamente, agarrei-o pelo pescoço. Então percebi que suas mãos estavam em áreas proibidas para mãos de .
Pensei em gritar que estava sendo violada só para ele nunca mais se atrever a encostar as mãos nas minhas coxas, mas, ao invés disso, eu gritei, simplesmente:
- Tira a mão daí, seu pateta tarado!
Como se isso fosse simples, não?
Comecei a estapeá-lo e a gritar injúrias até que me desequilibrei e quase cai outra vez.
Na verdade, eu teria caído se braços fortes não tivessem enlaçado minha cintura, me inebriando com a proximidade e com o cheiro que exalava do dono dele. Oh céus! O que fazer nessas horas?
Eu, sinceramente, não sabia, mas algo em mim sabia exatamente o que fazer.
Passei meus braços pelo seu pescoço e, no susto, enlacei minhas pernas em torno da cintura dele. Não era uma posição que poderíamos chamar de politicamente correta e, nem ao menos, segura. Mas era uma posição deliciosamente superior. Eu estava ligeiramente mais alta que ele e menos vulnerável. Eu comandava.
E ficamos assim, nos analisando, por um tempo e eu assumi, mas do que descobri, que ele era tão perfeito quanto o homem dos meus sonhos. Talvez fosse ele mesmo. Mas o que importava era que ele era feito sob medida pra mim.
Ele me observava, segurando-me pelas coxas (que, por sinal, eu não estava nem ligando por ele ter acesso à elas), atentamente. Talvez estivesse esperando por algo - como se estivesse sonhando. Seus olhos brilhavam de uma forma que eu jamais tinha visto e pude perceber que eu fazia bem ao moreno e, de certa forma, ele me fazia muito bem também. Era como se fôssemos feitos, praticamente, um para o outro e apenas para nós mesmos.
Estava inebriada, completamente inebriada, completamente louca, talvez. Aproximei-me mais, fechando os olhos e encostando meus lábios nos dele. Beijei-o de leve.
Ele pareceu acordar de um transe, se afastando, levemente, me fazendo desenlaçar a sua cintura.
- Assim não, - ele disse, me pegando pela mão e me fazendo ver o quanto ele era fofo. - vem!
Ele me puxou até os jardins. Paramos à beira do lago, embaixo do carvalho, onde brigamos diversas vezes. Passei a mão pelo carvalho e sorri, recordando-me. Olhei para e vi que ele sorria pra mim. Suspirei.
Ele me abraçou e eu o abracei. Ficamos ali, parados, abraçados, como se não precisássemos de mais nada pra viver, aquilo era o bastante. Era como se aquilo já estivesse escrito e programado há muito tempo e que todos soubessem, menos nós mesmos. Foi ali que eu decidi, apesar de todo o meu ser e o mundo a minha volta já soubesse. Eu que era orgulhosa e demorava a assumir as coisas.
- ? - Chamei-o
- Hum?
- Eu acho que já tenho uma resposta para aquela sua pergunta.
Ele se afastou, bruscamente, e me segurou pelos braços, me encarando, assustado.
- Tem? - perguntou, ansioso.
- Tenho - confirmei e sorri, acalmando-o.
Ele sorriu também, em resposta.
- E qual é? - perguntou.
Abri mais o sorriso. Tirei as mãos dele dos meus braços e coloquei-as na minha cintura. Envolvi seu pescoço com minhas mãos e beijei-o, carinhosamente, nos lábios.
Afastei-me, ainda de olhos fechados e perguntei:
- Essa resposta está boa pra você?
- Está ótima - ele disse, se aproximando novamente, para acabar com os mínimos centímetros que nos separavam.
Mas, antes que ele pudesse me beijar, ouvimos vozes e barulhos por trás das moitas próximas.
- Minie minie, não vai - pediu uma primeira voz, um homem.
- Você não é mais o mesmo, Alvinho! - disse uma segunda voz, uma mulher.
Segundos depois, uma professora McGonnagal despenteada e cheia de galhos de árvores saiu de trás das moitas.
Ela já estava quase entrando no castelo quando Alvo Dumbledore, de cueca samba-canção e chapéu coco, saiu pelo mesmo lugar.
- Boa noite, jovens!- ele disse, levantando o chapéu e seguindo o mesmo caminho da professora.
Eu e rimos, quando ele se afastou. Rimos, nos encaramos e ele me beijou. O mundo não poderia ser mais feliz.
Não é incrível como nossa vida pode mudar completamente em apenas algumas horas?
N/a: É, mais uma... Essa fic foi escrita há zilhões de anos atrás, eu revisei, mas pode ter erros ainda, então, qualquer coisa, me perdoeem :)
Alias, ela foi escrita e nunca publicada. Eu a tinha perdido, mas encontrei e resolvi... bom, aí está ela.
Espero que tenham gostado XDD e antes que me perguntem, essa era James/Lily XDD
E COMENTEM, NÉ, GENTE? Eu tô carente *chora* eu tive que engordar pra ser boazinha e doar sangue ;(







+1 comentários

AliceSantiago1
monizxana9@gmail.com
85.241.145.128
Enviado em 03/12/2014 as 6:27 pm
Muito Lindo
Amei
<3