já leram.


McDoctor


Eu olhei o relógio, impaciente. Quanto tempo mais eles demorariam pra me atender?
Bati meus pés no chão, tentando fazer a recepcionista reparar que eu ainda estava ali. Eu era a única no hospital e, mesmo assim, havia uma demora absurda pra me atender. E nem era tão cedo assim.
Apertei meu cachecol contra o pescoço, minha garganta ardendo, reclamando. Maldita sensibilidade ao frio. Era só esfriar e CABUM! Lá estava minha garganta inflamada.
Abri minha bolsa e peguei uma pastinha, colocando-a na boca. Esperava que isso aliviasse o suficiente para que eu conseguisse reclamar, se não me atendessem em cinco minutos.
A recepcionista, enfim, sumiu pela porta que ficava atrás do balcão dela, provavelmente com medo da minha cara amarrada. Tomara que tivesse ido resolver a demora. A televisão soava musiquinhas natalinas, mesmo que ainda faltasse uma semana pro natal.
- – A voz da recepcionista me chamou. A porta do consultório que eu deveria entrar se abriu e eu vi o sorriso sem jeito dela. Entrei. – O Doutor já está vindo.
Suspirando, em concordância, eu me sentei em uma cadeira pra esperar mais um pouco. O aquecedor da sala era bem forte e me dei segurança suficiente para tirar o cachecol.
Era um absurdo! Será que todo mundo que ia àquele hospital tinha que esperar tanto assim? Não me admiraria se houvessem notícias de mortos por esperar, então. Pelo amor, era uma emergência! Minha garganta estava explodindo de tanta dor! E se eu estivesse com febre? E se eu estivesse vomitando? E se eu estivesse com alguma doença africana altamente contagiosa? Eu já teria morrido de tanto esperar, não é?
Batendo meus pés na impaciência, eu ouvi risadinhas ao fundo. Rapidamente, me imaginei sento atendida por uma médica gorda e fofoqueira ou por uma garota loira jovem que mal saberia medir minha temperatura. Suspirando, odiando ter vindo ao médico, eu abri a minha bolsa e peguei meu cartão do plano de saúde pra facilitar.
A porta, do lado oposto pela qual eu havia entrado, girou e abriu, aumentando o volume das risadinhas, mas ao encarar a pessoa que a abrira, meu queixo caiu. Era um homem. Ou melhor, era O homem. Um Deus grego que não devia passar de vinte e cinco anos. Não me admirava que três enfermeiras o seguissem dando risadinhas. E eu me senti ciumenta, mesmo ele não parecendo dar atenção a elas.
Levei minhas mãos às têmporas, que latejaram.
- Já vi que é dor de cabeça – A voz musical dele me fez suspirar. Ele estendeu a mão pra mim – Doutor – Eu apertei – Você deve ser .
E na mão dele, estava a minha ficha.
- Sim. – Eu concordei.
Ele continuou lendo a minha ficha.
- Tem certeza que você tem anos, querida? – Ele se sentou na cadeira à minha frente. – Qual sua data de nascimento?
- – Eu respondi, começando a me irritar.
- Você estuda? – Ele perguntou. Eu bufei, mas concordei com a cabeça. – Está em que ano?
- Vou me formar em jornalismo do próximo semestre – Eu respondi.
- Você tem mesmo certeza? – Ele perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Okay, chega! – Eu me irritei. Peguei a minha bolsa, jogando-a contra o meu ombro e me levantei – Eu vou procurar outro lugar! Que absurdo! Fiquei séculos esperando aqui pra me mandarem um médico que está mais preocupado em saber da minha vida que com a minha saúde?
- Opa! – Ele se levantou – Calma, querida. – Ele me pegou pelos ombros e me fez sentar. Eu fingi que não me arrepiei. – Vamos, o que você sente? – Ele me perguntou, se ajoelhando à minha frente, com um bloquinho de anotações.
Irresistível. Lutei pra ter convicção no que eu queria falar.
- Minha garganta dói. – Eu reclamei.
- Hm – Ele pareceu pensativo – Falta de ar? – Neguei – Catarro?
- Um pouco – Concordei.
- Certo. – Ele se levantou e andou até a maca – Pode se sentar aqui e retirar a blusa, por favor?
Eu congelei. Como assim tirar a blusa? Médicos não mandavam a gente tirar a blusa desde quando a gente começa a ganhar seios, não era isso?
Eu lancei-lhe um olhar suspeito, mas acabei por sentar na maca e tirar a blusa, ficando apenas de sutiã. Eu fingi que não o vi passar a língua nos lábios e tentei fingir que não estava nervosa.
Ele colocou o estetoscópio ao ouvido e mirou o maior dos três cabos entre meus seios, os dedos esbarrando em algumas partes.
E meu coração acelerou para o meu desespero.
- Está nervosa? – Ele riu. Desgraçado. Maldito fetiche com médicos. Ele espalmou uma das mãos em um dos meus seios e eu me perguntei se ele realmente não estava procurando levar vantagem. Minha respiração estava falhando com a proximidade. – Respire fundo. – Eu o fiz. – Você parece bem – Ele me jogou a minha blusa e tirou o estetoscópio do ouvido, indo para a sua mesa – Vou te receitar alguma coisa, por via das dúvidas.
Ele se demorou um pouco, escrevendo a receita enquanto eu vestia a minha blusa, muito corada com as reações que ele havia me causado. Idiota, era só um médico.
- Aqui. – Ele me ofereceu o papel.
- Obrigada, Doutor – E, agarrando a minha bolsa, eu corri pra fora dali o mais rápido que eu pude.
Parei na primeira farmácia. Admirando algumas caixas coloridas, coisa que eu sempre fazia, entreguei a receita à farmacêutica.
Ela leu e deu uma risadinha. Eu franzi a testa, mas ela sumiu com a receita e voltou com uma caixa de xarope e uma cartela de aspirina.
- São quinze libras – Ela sorriu pra mim. Abria a bolsa e tirei o dinheiro da carteira, passando à ela. – Hm... – Ela me passou a bolsa, mas segurou-a – Acho melhor você ler a receita, viu? – Ela disse, largando a sacola e me dando uma piscadela.
Não sei porquê, mas eu corei.
Ao sair da farmácia, eu me encolhi ao lado dela e abri a receita dobrada pra lê-la por um momento.
Eu sei do remédio que você precisa. Que tal Pearl Restaurant & Bar às oito?
Com carinho,
PS: Compre um expectorante e uma aspirina, você vai ficar bem
.
Abobalhada, eu corri pra casa para que desse tempo de me arrumar.

FIM.

Nota da Leka: Bem idiotinha, né? mas eu curti
Carinhos, pipocas com chocolate e mordidas na bochecha,
Leka







+9 comentários
@mike_viado
twitter.com/mike_viado
micalribeiro_@hotmail.com
187.101.130.253
Enviado em 23/01/2015 as 3:14 pm
PELAMORDEDEUS! ISSO PRECISA DE UMA CONTINUAÇÃO *O*

Selecionar comentário Anny
fred_dadomi@hotmail.com
177.83.126.178
Enviado em 16/01/2015 as 12:27 am
Leticiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa nao faz isso, preciso de mais

Selecionar comentário Gabi
mrssantorski10@gmail.com
187.75.105.164
Enviado em 13/10/2014 as 11:42 pm
Aah gostei ,mas tem que ter continuação.

Selecionar comentário Ster
stepeniecabot@gmail.com
191.7.18.176
Enviado em 07/10/2014 as 3:16 pm
AI MEU JESUS CRISTINHO!!!! Cadê a continuação mulher?? eu preciso dessa continuação

Selecionar comentário Catarina
catarinapmlima@gmail.com
179.183.91.176
Enviado em 28/09/2014 as 11:40 pm
COMO ASSIM? NÃO TEM CONTINUAÇÃO? LETICIA MENINA MALVADA! vOU FICAR SEM SABER COMO TERMINOU ISSO?!

Selecionar comentário Isa
souza_isa@hotmail.com
189.62.228.142
Enviado em 30/08/2014 as 8:35 pm
Aii hahaha adorei. Vai ter continuação?

Selecionar comentário @Carolineeana_
twitter.com/Carolineeana_
189.110.77.234
Enviado em 30/08/2014 as 1:51 am
JESUS HARRY JUDD COMO MEDICO É PRA ME MATAR. DEUS AMADO! ESSE HOMEM NÃO EXISTE E IMAGINAR ELE DE JALECO ENTÃO. :O

Selecionar comentário Lívia
livinhavasconcellos@hotmail.com
187.58.124.56
Enviado em 29/08/2014 as 8:13 pm
Adorei! Que fofura! Tem continuação?

Selecionar comentário Gabriella
186.228.78.18
Enviado em 28/08/2014 as 7:02 pm
Que gracinha! Gostei muito, mesmo. Será que tem continuação? Vou caçar