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A dor de ser inconstante

Acho que todo escritor já deve ter escutado isso alguma vez.

E eu vira e mexe tento seguir pelo menos uma dessas orientações e sempre me lasco. Sempre pago o preço da minha saúde física ou mental.


Sempre pago o preço da minha saúde física ou mental.

Porque eu QUERIA conseguir fazer. Queria conseguir dar o meu melhor.


Mas sou inconstante, inconsistente e hipócrita. Sou falha e errada e péssima com datas e prazos.

Sou desse jeitinho, desajeitada e sonhadora.


E inconstante.

As vezes eu só encaro o nada e penso se há algum sentido em lançar meus livros por aí.


As vezes, faço pior: penso se faz algum sentido sequer escrevê-los.


As vezes eu só preciso de um tempo pra voltar a mim e me lembrar que não é porque as coisas são difíceis e que a vida é cruel que eu devo ceder a melhor parte de mim, a coisa que eu mais gosto de fazer.


Não é fácil lembrar disso o tempo todo. Sou falha e eu esqueço, me sinto insegura e penso que ninguém, além de mim, liga.

E aí eu volto prometendo que não vou exigir de mim nada disso.
E volto a exigir muito mais do que na vez anterior.

Mas eu sou como o mar, como o mar que está agora presente em toda a minha identidade visual; algumas horas vem em ondinhas, molhando os pés. Outra hora, destroi castelos de areia e carrega chinelos. E ainda há hora em que destrói cidades inteiras, invadindo e tomando tudo pra si.

E qual o problema em ser inconstante? Em postar 90 posts em um mês e passar 3 sem falar nada? Em escrever 80 mil palavras em 2 semanas e passar seis meses sem escrever nada?

Qual o problema de tentar?


O problema são vocês: o que quem me acompanha espera de mim.


Por vocês, peço desculpas. Desculpa por desaparecer, por dizer que não quero lançar x livro que já está escrito há eras, por prometer atualizações semanais e nunca atualizar, por sumir as vezes.


Desculpa pela inconstância.


Não é falta de comprometimento, as vezes é só cansaço. É insegurança.

É medo.

É uma vozinha no fundo da minha mente me perguntando porquê eu faço isso se ninguém se importa.

Me perdoa?

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